O balanço de fim de ano da empresa mostra a identificação por radiofrequência como um dos investimentos com maiores ganhos nos processos
Por Edson Perin
23 de dezembro de 2015 - A mineradora brasileira e global Vale, produtora de minério de ferro e níquel, está fechando o seu balanço de fim de ano com a identificação por radiofrequência (RFID) em alta. A companhia está monitorando perto de 114 mil unidades de materiais com RFID, tecnologia considerada um dos investimentos com maior retorno nos processos.
Terminal para acesso ao Sistema CMM (Controle de Materiais de Manutenção com RFID), da Vale |
A Vale vem utilizando RFID há mais de três anos em seus estoques de peças e materiais (leia mais em Vale ganha também com avanço de seus profissionais, Auditoria aprova uso de RFID na Vale eVale seleciona RFID entre seus melhores projetos). Atualmente, a companhia expandiu a solução para seis gerências da Diretoria de Ferrosos Sudeste e para três gerências na Diretoria de Ferrosos Norte, no Pará.
A companhia realiza o balanço de fim de ano para verificar o uso das aplicações e atividades de TI. "O balanço deste ano chamou atenção", diz Carlos Teixeira, analista sênior da Vale, em Itabira (MG), responsável pela implantação das soluções pioneiras de RFID na companhia. "O nosso Sistema CMM [Controle de Materiais de Manutenção com RFID] está monitorando com sucesso cada material desde quando entra para o estoque até quando sai para ser utilizado".
Teixeira relata que a RFID foi escolhida entre as melhores ideias da Vale e a Diretoria de Melhorias Operacionais passou a implantá-la em outras gerências e diretorias da mineradora, como no estado do Pará, na região norte. "Neste ano, as entradas e saídas somaram 168.265 unidades de materiais, de um estoque total de 113.818 unidades controladas por RFID".
Dentre esses materiais revelados por Teixeira, existem produtos grandes, pequenos e também de alto valor comercial. "São peças de manutenção, para os estoques de manutenções emergenciais", afirma, exemplificando com motor elétrico, alternador, motor de partida, filtro, bucha, filtro de óleo etc. "Os estoques de materiais servem para carregadeiras e escavadeiras, por exemplo, e tem coisa que custa centavos, mas tem outras que custam milhares de reais".
A quantidade de consultas feitas ao estoque neste ano somou 22.236 operações. Segundo Carlos Eduardo Brangion, aprovisionador e controlador de materiais da gerência de terraplagem da Mina de Conceição, da Diretoria de Ferrosos Sudeste da Vale, as consultas que antes levavam no mínimo 10 minutos para resultar na entrega das peças, hoje está sendo realizada em menos de um minuto. "Foi um ganho muito grande".
"Sem o sistema RFID, você tinha de rodar o armazém inteiro para encontrar uma peça. Hoje há até um terminal fora da área de estoque para que sejam realizadas as consultas", diz Brangion, comemorando o fato de ainda terem colocado um portão eletrônico para controlar a entrada de pessoas não autorizadas na área de armazenamento.
O controle que temos em nossa área é muito gratificante. Ficávamos antes mais de 10 minutos para achar um material. Hoje, uma máquina para e em menos de um minuto podemos disponibilizar a peça solicitada", diz Brangion."Diminuiu a necessidade de as pessoas entrarem na área de material. Com o novo sistema, a área foi fechada e ganhou um computador do lado de fora para o pessoal fazer a consulta".
A previsão de compra também foi melhorada com a tecnologia RFID. De acordo com Brangion, a tecnologia impactou a compra de produtos, praticamente automatizando-a, já que os fornecedores ainda não entregam seus produtos com tags. Outro ponto positivo apontado por Brangion foi o fato de ele mesmo começar a ver o potencial de emprego da tecnologia em outras áreas. "Passei a observar outras coisas que pudessem ser monitoradas, como componentes e peças de reposição".
Além do monitoramento dos insumos de manutenção, a tecnologia de identificação por radiofrequência está sendo utilizada para controlar nobreaks e notebooks, segundo informou Teixeira. "São 83 itens [produtos de reposição] para o estoque emergencial", afirmou. "Também na área de higiene e limpeza estão em uso tags RFID para, por exemplo, controlar as caixas de sacos de lixo", relata Teixeira.
A Vale optou pelo reaproveitamento de tags para rastreamento de muitos materiais diferentes. Atualmente estão em uso 65.000 tags fornecidas pela If-RFID e leitores manuais da Honeywell.
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