País tem demanda aquecida por soluções
Os provedores de tecnologia RFID não estão parados e nem reclamando por falta de oportunidades de negócios, apesar da crise política
Por Edson Perin
1 de junho de 2017 - O Brasil parece viver dois cenários completamente distintos. De um lado, os políticos, Brasília, a administração pública e a corrupção generalizada e sem precedentes. De outro, o mundo real, onde as pessoas trabalham e geram a riqueza que sustenta toda a sociedade – inclusive, infelizmente, os bandos de malandros com e sem partidos.
O curioso é que Brasília e as oscilações inerentes aos escândalos parecem estar distantes da economia produtiva, apesar dos balanços do dólar ou dos juros.
Como a economia produtiva está assistindo aos escândalos, mas ao mesmo tempo não para de trabalhar, semear e colher as riquezas que este país gera – e, apesar de eu ter usado um termo agrícola (semear), estamos longe de ser apenas o celeiro do mundo atualmente –, as necessidades por eficiência, controle e agilidade não param de existir.
Assim, a demanda por tecnologia continua em alta e os negócios não deixam de se expandir. Novas tecnologias de identificação por radiofrequência estão sendo testadas e aprovadas como ferramentas para realizar mais negócios.
É verdade que está tudo interligado e que o Efeito Brasília gera ondas negativas por todo o país. Porém, e esta é uma hipótese minha, como os corruptos estão sendo caçados – e até cassados – e presos, parece que o dinheiro que gerava propinas gigantes e bilionárias está ficando no setor produtivo e impulsionando os negócios.
Não vou defender aqui a redução do Estado, o que, aliás, defendo sempre, mas expressar a visão que tenho sobre o crescimento dos investimentos em RFID no país e que estou acompanhando bem de perto.
Empresas importantes de diversos setores, incluindo, principalmente, saúde, varejo e manufatura, estão testando o uso das tecnologias de identificação por radiofrequência e investindo no que consideram o próximo avanço necessário para os seus negócios.
Os portes são variados. Há empresas de tamanho grande, que movimentam algumas centenas de milhões de dólares anualmente, e há também as que estão bem abaixo disto. O fato é que não há como ampliar a competitividade atualmente se não por inovações relacionadas ao uso de tecnologia.
Esta consciência de que os negócios necessitam de novos investimentos e estes recursos precisam ser empregados em novos processos com tecnologias de ponta está presente entre muitos brasileiros. Pude constatar isto também em nosso evento RFID Journal LIVE!, realizado no início do mês passado, em Phoenix, nos Estados Unidos.
Vários brasileiros estiveram presentes no maior evento mundial de congresso e exposição sobre RFID e Internet das Coisas. Principalmente empresas que estão implantando e testando suas soluções em clientes brasileiros dos setores que mencionei acima, em busca de inovações e melhorias tecnológicas.
Incrível como, apesar do momento crítico, a economia produtiva continua produzindo e querendo ampliar a produção. Assim, concluo que há um Brasil que precisa ser melhor visto, compreendido e trabalhado do que o outro – este outro está fazendo mal, apenas.
Edson Perin é editor do RFID Journal Brasil e fundador da Netpress Editora.