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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Hospital Israelita Albert Einstein usa RFID para rastreamento de ativos

Com o sistema, a instituição localiza equipamentos médicos, monitora temperatura de geladeiras e amplia sua capacidade de controle de recursos 
Por Edson Perin
Hospital Israelita Albert Einstein, um dos mais conceituados da América Latina, implantou um projeto de rastreabilidade utilizando a tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) com a NEC Brasil, provedora de soluções convergentes de redes de comunicação e Tecnologia da Informação. O projeto teve início em meados de 2009 e conta com um sistema pioneiro na América Sul, desenvolvido para as necessidades específicas do setor de saúde, com capacidade de rastreabilidade e visibilidade. 

A solução foi customizada de acordo com a demanda do hospital e oferece controle de temperatura das geladeiras e localização de um conjunto de aproximadamente 500 equipamentos médicos, por meio da rede sem fio do hospital. O objetivo é liberar os profissionais da instituição para atividades focadas no atendimento aos pacientes de maneira mais ágil e eficiente. Além disso, a solução foi projetada para ampliar a capacidade de controle sobre a utilização e o direcionamento dos recursos internos. 
De acordo com Elizabeth Sayuri Hitomi, Analista de Negócios do hospital, a instituição tem utilizado a tecnologia de RFID para a finalidade de rastreamento e localização de equipamentos médicos (bombas de infusão, ventiladores mecânicos, macas e cadeiras de roda); monitoramento de temperatura nas geladeiras e câmaras do banco de sangue, laboratório, pesquisa clínica e nutrição; acionamento rápido de equipes por meio de botões nos processos de segurança e transporte de pacientes; e análise de fluxo de pacientes. 
O hospital possui um grande número de geladeiras, com temperaturas distintas para cada material, como bancos de sangue, de tecido, de leite, medicamentos etc. Além disso, as diferentes certificações que o hospital possui exigem um rigoroso controle da temperatura desses depósitos garantindo que a armazenagem esteja de acordo com as regras previstas em lei. Por isso, essa verificação, realizada diversas vezes ao dia, despendia muito tempo de trabalho dos colaboradores.
Com a solução, o processo se tornou automático, graças ao uso de tags para medição e transmissão de informações das geladeiras, medindo constantemente as temperaturas e ligadas a um software que realiza todo o gerenciamento. Caso haja alguma anomalia, o sistema envia alertas instantâneos aos responsáveis. 
Já a solução de localização de equipamentos, permite maior organização do fluxo de materiais, como bombas infusoras e monitores multiparamétricos. Em cada um dos itens também foi colocada uma tag, que indica a localização e as condições de cada instrumento. A tecnologia faz o mapeamento da movimentação dos equipamentos via rede sem fio, diminuindo o tempo de procura dos instrumentos e evitando perdas.
Além disso, o sistema é capaz de gerar alertas sobre a situação de cada material e avisar aos gestores quando os objetos estão indisponíveis, se estão na etapa de higienização ou de manutenção. Com isto, o hospital já alcançou resultados na otimização dos processos internos e, por isso, pretende expandir a solução para outros ativos e melhorar ainda mais o gerenciamento do fluxo de atendimento ao paciente. 
Elizabeth explica que a solução está sendo implantada em quatro fases, de acordo com a expansão dos recursos de infraestrutura. A fase zero envolveu a adequação da infraestrutura e a finalização está prevista para junho de 2012. A fase um compreendeu monitoramento de temperatura e acionamento de botão de pânico, concluído em 2010. O rastreamento de ativos entrou em operação em 2010 e foi a fase dois. E o piloto de Fluxo de Pacientes, fase três, em abril de 2011. 
“A tecnologia é complexa”, diz Elizabeth, “pois exige altos níveis de estabilidade em infraestrutura de rede wireless, conhecimentos da aplicação e aprofundamento do estudo dos processos para implementação das regras de negócios, contemplando mudanças culturais”. Os principais desafios, segundo ela, foram: qualidade da rede wireless (padronização, monitoramento, interferência de sinal); definição de equipe de suporte e responsabilidades sobre a solução, “pois é uma tecnologia que exige alto nível de conhecimento em wireless, na aplicação e nas regras de negócio”, explicou a Analista de Negócios; mudanças culturais com as alterações geradas após a automação de processos. 
A tecnologia RFID foi escolhida para solucionar os desafios rotineiros do hospital, como a dificuldade para localização de equipamentos, bem como registros eletrônicos sobre monitoramento de temperatura com fins de auditoria e dificuldades no acionamento de equipes. “Cada um dos casos de uso possui um determinado processo”, esclarece Elizabeth. “Em uma visão geral, como são tags de tecnologia ativa, a informação é gerada automaticamente pela tag e enviada ao sistema através de rede wireless”. 
Como a entidade possui cobertura wireless em todas as unidades e a programação de envio de informação está na tag, segundo Elizabeth, não é necessário que esteja fixa ou precise passar por determinado ponto para gerar informação no sistema e acionar os alertas. “No entanto, quando se faz necessário definir um local com precisão, podemos acionar os exciters e chokepoints, que são equipamentos de baixa frequência responsáveis por acionar o envio de informação da tag para a rede wireless, sem depender da programação contida nele. Já os alertas foram configurados de acordo com as regras do negócio no próprio sistema, conforme os casos de uso”.
Elizabeth dá exemplos. “No monitoramento de temperatura, as tags estão configuradas para enviar a informação periodicamente. No sistema, são configurados ranges de temperatura. Caso a informação proveniente da tag esteja fora das condições determinadas, um alerta é enviado à equipe de manutenção informando a necessidade de verificação da mesma, de forma proativa”. 



De acordo com a executiva, algumas tags possuem botão que permitem o acionamento eventual de equipes por meio do envio de mensagens por e-mails para smartphones. “No piloto de fluxo de pacientes, o desafio era indicar ocupação de salas e tempos de espera de pacientes”, salienta. “Portanto, o paciente recebia uma tag ao entrar no pronto-atendimento e, conforme sua movimentação no ambiente, eram alteradas as cores da sala indicando a ocupação e era alterado status daquele paciente”. Alguns alertas de tempo de espera foram configurados para que um gestor de filas pudesse atuar proativamente quando algum paciente ficava em espera por um tempo mais longo. 



A principal empresa contratada para a implantação da solução foi a NEC, de acordo com Elizabeth. “O fabricante da solução, Aeroscout, teve bastante participação também, tanto com recursos técnicos durante as implementações quanto com recursos de gestão de projeto”, diz a executiva. Para o projeto foram usados dois servidores IBM, dois appliances de localização da Cisco, cerca de 1.500 tags ativas da Aeroscout, mais de 1.000 access points da Cisco e cerca de uma centena de exciters e choque points da Aeroscout. 



De acordo com Luiz Villela, diretor geral de marketing e negócios da NEC Brasil, o setor de saúde apresenta uma demanda muito grande por tecnologias voltadas a liberar os profissionais de saúde para que eles possam se concentrar em atividades mais importantes. “Apostamos em uma grande adesão do mercado por projetos que incluem tecnologia RFID e estamos investindo na difusão dessa solução em diversas instituições do País”, afirma. 



“A solução possibilita uma ampla cobertura do sinal, o que permite o monitoramento de estabelecimentos de grande porte e intenso fluxo de trabalho, como é o caso do Eisntein”, diz Villela. “A capacidade de rastrear e visualizar as condições dessas diversas áreas dentro das entidades de saúde permite maior controle dos processos internos e o gerenciamento mais equilibrado dos recursos, que passam a ser melhor alocados, de acordo com as necessidades observadas no dia-a-dia. Essas vantagens reduzem substancialmente os custos dos gestores, tanto com a otimização do trabalho dos profissionais, quanto com a agilidade na utilização dos equipamentos”.

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