O desenvolvimento da Internet das Coisas tem raízes na indústria de seguros de automóveis
Por Michael Macauley
30 de dezembro de 2016 - Como consumidores do século XXI, estamos muito acostumados com a presença de tecnologia em todos os aspectos de nossas vidas. Quer sejam as milhões de aplicações disponíveis para smartphones, dispositivos de automação das casas – segurança, iluminação, calor, etc –, ou tecnologias wearable [vestíveis], como FitBit e Google Glass, a Internet das Coisas (ou IoT, do inglês, Internet of Things) tornou-se uma força insuperável em nosso mundo e não mostra sinais de parar. Enquanto os exemplos de tecnologia IoT são aparentemente intermináveis, um tópico vem à mente quando o assunto chega ao seguro de automóvel: veículos autônomos.
A Ford Motor Co., por exemplo, diz que pretende introduzir carros totalmente sem motoristas em 2025 e outros fabricantes (Mercedes, Volvo e BMW) estão atualmente criando seus próprios veículos de teste. Mesmo que você não esteja prestando atenção à indústria de seguros, você certamente ouviu a Tesla e outros desenvolvedores desta tecnologia, e muitos já começaram a testar as características de condução autônoma. Os veículos autônomos já estão mudando a paisagem da indústria de seguros. Então, como é que esta nova tecnologia se relaciona com a Internet das Coisas?
Considerando estas projeções impressionantes, é imperativo que as empresas façam sua devida diligência para assegurar o monitoramento e a análise adequados a esse novo fluxo de dados. Por exemplo, um estudo da Hewlett-Packard (HP) mostra que 70% dos dispositivos IoT são vulneráveis a ataques, o que certamente é motivo de alarme. Especialmente, ao considerar que o dispositivo em questão poderia ser o seu carro.
Por exemplo, quando o software de carro autônomo está ligado à nuvem, os dados correm o risco de violações de segurança e podem se tornar propensos a hackers. Isso aconteceu em 2015, quando a Fiat Chrysler fez recall de mais de um milhão de veículos devido a uma falha de software que teria permitido que hackers assumissem o controle dos veículos. Para garantir que esses veículos sigam sua promessa de maior segurança e conveniência, é pertinente que a indústria de veículos autônomos proteja a sua conectividade com a internet. O estudo da HP recomenda que as organizações "implementem uma abordagem de ponta a ponta para identificar vulnerabilidades de software antes de serem exploradas".
O surgimento de carros sem motorista e sua conexão com a IoT levanta vários medos, já que a tecnologia ainda é desconhecida para a maioria. Como os veículos lidarão em alto tráfego? Os veículos podem ser hackeados? E se o motorista precisarem assumir o controle do veículo? O sistema dará aos motoristas uma falsa sensação de segurança e, portanto, levarão a acidentes que poderiam ser evitados? Apesar destes receios, no entanto, parece que as empresas estão certamente fazendo sua diligência para garantir proteção de dados e segurança dos veículos. De acordo com o um artigo no TheGuardian.com, "quem está entrando nos carros sem motorista são os principais players – como o Google, que tem a melhor equipe de segurança do mundo". Considerando o medo com relação às falhas de segurança, as empresas certamente aumentarão a atenção que prestam à prevenção de atividades maliciosas.
Independente de quaisquer preocupações, parece que o medo de violações de segurança de dados não é grave o suficiente para conter o crescimento da indústria de veículos autônomos. Mas se os veículos autônomos e a IoT são para oferecer mais bem do que mal, como é que tudo isso afeta suas taxas de seguro automóvel? O Huffington Post relata que "pelo Insurance Information Institute ( III), mesmo se você não planeja obter um, todos os consumidores poderão se beneficiar financeiramente da auto-condução de carros. Como? É simples: carros autónomos tornarão as estradas mais seguras através da sua interconectividade (através da IoT), significando menos acidentes e menos reclamações apresentadas, o que significa que os consumidores estão menos em risco, o que significa que as companhias de seguros terão de baixar os prêmios globais. Se os motoristas estão convencidos de que carros autônomos diminuirão a chance de acidentes, a demanda por seguro de automóvel diminuirá e as companhias de seguros precisarão acomodar isso.
Gostem ou não, carros sem motorista e a tecnologia IoT que os acompanha aparentemente estão aqui para ficar e, sem dúvida, continuarão a avançar para territórios ainda não pensados. O desenvolvimento da Internet das Coisas tem raízes no setor de seguros de automóveis e está mudando a estratégia corporativa global nesse setor. E embora a sua ascensão tenha apresentado preocupações de segurança, a implementação da IoT no seguro de automóvel é um benefício para o consumidor.
Michael Macauley é CEO da Quadrant Information Services, com sede na Califórnia, EstadosUnidos
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